terça-feira, 7 de março de 2017

SOLUÇÕES PARA O AQUECIMENTO GLOBAL ESTÃO ENTRE AS PROPOSTAS DO PDUI/RMRJ

A Região Metropolitana do Rio de Janeiro, que tem seu sistema natural compreendido em torno de duas baías e com uma área costeira de mais de 200 quilômetros lineares, é afetada por uma estreita relação entre patrimônio e aquecimento global. Se por um lado os agentes causadores de emissão dos Gases do Efeito Estufa (GEE) agem diretamente sobre o patrimônio natural, seus impactos são também uma ameaça ao patrimônio cultural material. A cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade, está em uma região com extensão de costa vasta, o que a torna alvo fácil para inundações decorrentes do aquecimento global.
Segundo levantamentos do estudo do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, algumas ações são imprescindíveis para mitigar os efeitos do aquecimento global, como propostas para a redução de emissões de gases de efeito estufa, contínua proteção das áreas de preservação ambiental e o desenvolvimento da agricultura orgânica de recuperação. Ainda de acordo com as conclusões da fase de Diagnóstico do Plano Metropolitano, as causas que contribuem para a intensificação de emissão dos GEE na RMRJ têm sua origem, principalmente, nos setores de comércio, serviços e industrial.
A indústria cafeeira fluminense, apontada como uma das vilãs, não teve preocupações adequadas ao longo do tempo com a conservação do solo, o que resultou em erosão e no esgotamento das terras cultiváveis. Após esse ciclo cafeeiro, por razões de qualidade do solo e topografia, a agricultura jamais voltou a ser uma atividade substancial e dinâmica. Hoje, essa atividade no estado do Rio representa menos de 3% da produção nacional.
Diversos estudos relativos ao tema sugerem que agricultura de recuperação pode sequestrar de 3% a 40% das emissões de carbono. Em outras palavras, este tipo de atividade pode ser uma ótima opção para diminuir a temperatura do planeta. De olho nesses dados, o Plano Metropolitano do Rio de Janeiro deverá propor formas para incentivar a agricultura orgânica na região como meio de mitigar os impactos da mudança climática e para contribuir com a segurança alimentar, outro problema abordado no PDUI/RMRJ.
O Instituto Estadual do Ambiente (INEA) classificou os principais problemas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro relacionados ao aquecimento global:
  • – Extração mineral de leito dos rios e degradação do solo;
  • – Ocupação irregular das margens dos rios;
  • – Destruição da Mata Atlântica decorrente de atividades rurais e do crescimento da população;
  • – Descarga de esgoto doméstico da Região Metropolitana nos corpos hídricos;
  • – Agressão dos espelhos d’água e destruição de manguezais da Baía de Guanabara;
  • – Depósito irregular de resíduos sólidos.
  • – Lançamento de esgoto sanitário in natura nos corpos d’água;
  • – Poluição do ar e da água pelas indústrias.

Região Metropolitana do Rio, localizada entre duas baías, é alvo de possíveis inundações decorrentes do aquecimento global. Foto do site Brasil Escola
População do Rio é a mais exposta aos riscos de mudança do clima
O Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima (PNA), instituído em 10 de maio de 2016 por meio da Portaria nº 150, é um instrumento elaborado pelo governo federal com colaboração da sociedade civil, setor privado e governos estaduais , cujo objetivo é promover a redução da vulnerabilidade nacional à mudança do clima e realizar uma gestão do risco associada a esse fenômeno. Na elaboração do PNA foram considerados 11 setores, sendo um deles zonas costeiras. O documento considera que a Região Metropolitana do Rio de Janeiro apresenta alto grau de vulnerabilidade por abrigar um dos mais importantes polos petroquímicos do país, com a existência de redes de refinarias, unidades de produção de gás natural, dutovias, campos de exploração offshore e portos. Dos estados brasileiros, o Rio de Janeiro é o que apresenta a mais alta relação entre população exposta aos riscos da mudança do clima e população total, com uma taxa de 78%, o que equivale a um contingente de 11.194.150 habitantes, sendo aproximadamente cinco milhões na capital.

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